quinta-feira, 23 de junho de 2011

TANGO DOWN! MANIFESTO DO ANONYMOUS AO POVO BRASILEIRO

O QUE O GOVERNO BRASILEIRO DISSE DISSO?
Ontem, foram atigidos sites oficiais da Presidência da República, Receita Federal e Petrobras, os três invadidos pelos hackers do Anonymous.

O que eles levaram de informações, não se sabe:
TANGO DOWN! Comemoraram.


Mensagem ao povo brasileiro
PostDate junho 22nd, 2011
PostAuthor: Bile Day

Olá, Povo Brasileiro,

Permitam-me introduzir-me a vocês como Anônimo. E apenas como Anônimo, pois não sou mais do que uma ideia, uma ideia de um mundo livre, sem opressão e pobreza e que não é comandada pela voz tirânica de um pequeno grupo de pessoas no poder. Um mundo onde o verdadeiro propósito e prioridade é viver em liberdade sem ser restringido por regimes corruptos e governados apenas pela sede de lucro e poder. Talvez você ja tenha ouvido falar de mim.

O Anonymous gostaria de lembrá-los que o governo e o povo são, ao contrário do que dizem os supostos fundamentos da ‘democracia’, entidades distintas com objetivos e desejos conflitantes, às vezes.

A posição do Anonymous é a de que, quando há um conflito de interesses entre o governo e as pessoas, é a vontade do povo que deve prevalecer.

A única ameaça que a transparência oferece aos governos é a ameaça da capacidade de os governos agirem de uma forma que as pessoas discordariam, sem ter que arcar com as consequências democráticas e a responsabilização por tal comportamento.

Quando um governo é eleito, ele se diz ‘representante’ da nação que governa.

Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações das pessoas do governo, mas que são ações tomadas em nome de cada cidadão daquele país.

É inaceitável uma situação em que as pessoas estão, em muitos casos, totalmente não cientes do que está sendo dito e feito em seu nome — por trás de portas fechadas.

Nós não desejamos ameaçar o jeito de viver de ninguém.

Nós não desejamos ditar nada a ninguém.

Nós não desejamos aterrorizar sua população.

Anonymous já está e sempre esteve entre ela.

Anonymous é a voz de cada oprimido sem rosto dentro deste país.

Nós estamos em todos os lugares, vocês nos vêem todos os dias, quando andam na rua observando vocês, observando os erros dos seus governantes e a corrupção crescer a cada dia.

Nós apenas queremos tirar o poder investido e dá-lo de volta ao povo — que, em uma democracia, nunca deveria ter perdido isso, em primeiro lugar.

O governo faz a lei. Isso não dá a eles o direito de violá-las.

Anonymous vem observando há muito tempo a manipulação de informação largamente utilizada dentro do Brasil e chegou a hora de tomarmos uma atitude quanto a isso.

Um governo sem transparência e um povo sem informação são os maiores perigos da democracia e o Brasil caminha cada vez mais para que esses dois perigos tirem ainda mais de sua população o pouco de liberdade que ela ainda tem.

Chegou a hora de vocês conhecerem o poder que Anonymous tem.

Nossa mensagem é simples e deve ser ouvida por todos os governantes deste país : não mintam para o povo e vocês não terão que se preocupar sobre suas mentiras serem expostas.

Não façam acordos corruptos que vocês não terão que se preocupar sobre sua corrupção sendo desnudada.

Não violem as regras e vocês não terão que se preocupar com os apuros que enfrentarão por causa disso. Vocês sabem que vocês não nos temem porque somos uma ameaça para a sociedade. Vocês nos temem porque nós somos uma ameaça à hierarquia estabelecida.

O Anonymous vem provando que uma hierarquia não é necessária para se atingir o progresso — talvez o que vocês realmente temam em nós seja a percepção de sua própria irrelevância em uma era em que a dependência em vocês foi superada.

Seu verdadeiro terror não está em um coletivo de ativistas, mas no fato de que vocês e tudo aquilo que vocês defendem, pelas mudanças e pelo avanço da tecnologia, são, agora, necessidades excedentes.

Finalmente, não cometam o erro de desafiar o Anonymous.

Sua única chance de enfrentar o movimento que une todos nós é aceitá-lo.

Esse não é mais o seu mundo. É nosso mundo — o mundo do povo. E o Anonymous é do povo.

Este é um alerta aos Governantes deste país, nós estamos entre vocês e não permitiremos que a população continue a ser iludida, sem poder, a mercê de vocês.

Somos o Anonymous. Somos uma legião.

Não perdoamos. Não esquecemos.

Esperem por nós…

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios

O CONTO DA COPA
AUGUSTO NUNES - VEJA ON-LINE - 19-05-2011


Em 15 de junho de 2007, numa cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula avalizou com um sorriso e aprovadores movimentos de cabeça o palavrório de Ricardo Teixeira, comandante perpétuo da CBF. “A Copa do Mundo é um evento privado”, garantiu o supercartola.  “O melhor da Copa do Mundo é que é um evento que consome a menor quantidade de dinheiro público do mundo. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”.

Quatro meses depois, Teixeira repetiu no Rio a manifestação de apreço pelos pagadores de impostos. “Faço questão absoluta de garantir que a Copa de 2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas”. Em 4 de dezembro de 2007, também no Rio, o ministro do Esporte, Orlando Silva, oficializou a promessa com o aval de Lula: “Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”.
Três anos e meio depois da discurseira, está claro que os brasileiros foram vítimas do conto da Copa.

Lula queria transformar a festa esportiva em trunfo eleitoreiro. Ricardo Teixeira queria ampliar o cacife para disputar a presidência da FIFA ─ e continuar prosperando. Orlando Silva também queria continuar prosperando, e para tanto era necessário convencer os crédulos de que todo delinquente é recuperável. Como a farra dos Jogos Panamericanos de 2007, que deveria custar R$ 450 milhões, acabara de engolir R$ 5 bilhões, o campeão brasileiro de despesas superfaturadas achou prudente jurar que a Copa sairia de graça.

Conversa de vigaristas, confirmou a performance do ministro nesta quarta-feira. Com a arrogância dos condenados à impunidade, subiu a voz alguns decibéis e passou a exigir que o governo de São Paulo e a prefeitura da capital arranjem o dinheiro que falta para a construção do estádio do Corinthians. “Quando você se candidata a receber a abertura de uma Copa, eu imagino que você saiba das responsabilidades que possui”, falou grosso Orlando Silva.

Conforme o combinado, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab estão investindo R$ 350 milhões em obras no entorno do local onde será erguido o estádio. O aprendiz de extorsionário acha pouco. Como a Odebrecht acaba de anunciar que o colosso orçado em R$ 650 milhões vai custar R$ 1 bilhão, quer que os paulistas banquem a diferença. E invoca o precedente aberto pelo governador Sérgio Cabral, que espetou nos bolsos dos fluminenses a conta da reforma do Maracanã. Deveria custar R$ 600 milhões. Acaba de saltar para R$ 950 milhões.

Como a Odebrecht, o consórcio que age no Maracanã aumentou a gastança em R$ 350 milhões. A quantia talvez tenha resultado da soma das comissões, propinas e taxas de sucesso. Até agora, a corrupção era medida em porcentagens. A bandidagem esportiva pode ter descoberto que fixar um preço para a roubalheira dá mais dinheiro e menos trabalho.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FÃ Nº 1 DE MICARLA CHEGA A NATAL


Charge de capa do Novo Jornal
18 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

MARCHA NA ALMA DO POVO

NA ALMA DO POVO

Jornal de Woden Madruga
Tribuna do Norte 06 de Maio de 2011

MARCHA DO MACHADÃO
Cresce o movimento em todas as classes sociais para abraçar o Machadão, condenado a ser demolido pelo governo do Estado, pela Prefeitura do Natal, CBF e Fifa, a serviço da Copa de 14. Na carta do poeta Alex Nascimento, publicada domin­go aqui, brilhou a sugestão "Por que não fazer uma corrente internéti­ca, arrodear o Machadão e esperar que venham os tratores, por que não?"

Outro poeta, o Eduardo Alexandre Garcia soltou a campanha firmada noutro mote de Alex: "Se quiserem demolir você pra fazer ou­tro, resista':

Transformou-se no slogan que está no cartaz: "Se quise­rem demolir você, REAJA!" - Marcha em Defesa do Machadão, dia 14, começando às 14 horas. Concentração no Papódromo"

A mensagem de Eduardo Alexandre acrescenta outras informações:

"Prepare sua faixa, seu cartaz, leve fogos, rojões! Vá festivo e em paz para a MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO. - Leve alegria. O evento é totalmente espontâneo, não tem participação de instituições, partidos políticos, clubes ou federação de futebol."

A marcha está na alma do povo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Talvez vocês comam a grama do day after.

DE PICARETAGENS E MARRETADAS 

POR ALEX MEDEIROS



Tudo por apenas R$ 12,00. É o preço que o leitor paga para entender com detalhes todos os esquemas de fraudes e negociatas que são feitos em torno de uma Copa do Mundo, principalmente em países pobres, com governantes e políticos promíscuos.

Doze reais é o custo de capa da revista Piauí, cuja última edição, nº 44, traz uma das mais bem elaboradas reportagens já publicadas no Brasil sobre os negócios da FIFA e, por conseguinte, da CBF e seus patrocinadores/cúmplices. Um primor de jornalismo.

Assinada pela jornalista Daniela Pinheiro, aquela mesma que foi bastante elogiada por gregos e troianos quando entrevistou José Dirceu, a matéria é de uma clareza cristalina, um texto didático e extremamente pontual sobre cada passo do evento esportivo.

Daniela revela os bastidores mercadológicos que envolvem poderosas marcas e empresas de jornalismo que garantem o controle emocional das multidões ignorantes que pensam estar contribuindo com o futuro alimentando os lucros privados.

Cita estudos e livros de pesquisadores que comprovaram com números e dados científicos a farsa do tal “legado da Copa” tão decantado em profusão por agentes públicos a serviço dos interesses privados de políticos e empreiteiros.

Aquilo que eu sempre repito aqui, sobre a ausência do famigerado legado no México, único país do mundo a realizar duas copas em apenas 16 anos, fica bem claro no competente texto da repórter, que tem quase duas décadas de experiência.

O envolvimento oportunista dos políticos sul-africanos na defesa da Copa 2010 lembra uma certa aldeia brasileira que em poucas coisas se diferencia da África. A ilusão de 150 mil empregos sazonais que sumirão após o jogo final da disputa mundial.

Todos os livros e pesquisas destacados pela Piauí comprovam com dados seguros o grande engodo que é o legado da Copa, apenas uma retórica que compra a consciência de cidadãos de baixo intelecto, mas que agem como parceiros voluntários da CBF.

É importante que os leitores entendam o que está por trás de uma Copa, de como o dinheiro público se transforma num festival de derrame que recheia cofres de terceiros. Não precisa ficar contra o evento – como EU – mas é preciso defender o erário.

A leitura da revista Piauí (apenas R$ 12,00) vem a baila num momento bem apropriado, quando alguns apaixonados por futebol se articulam para organizar uma passeata ao estádio Machadão, em Natal, de marretas na mão para simbolizar sua demolição.

A iniciativa, diga-se, não é dos picaretas que estão na órbita da operação de aprovar o projeto da Arena das Dunas, preocupados apenas com a gorda verba do BNDES a fundo perdido. Mas a idéia da passeata não poderia ter ocorrido em melhor hora.

Vamos batizá-la de PASSEATA DOS MARRETEIROS, mesmo que aqueles que engrossem o cordão dos iludidos não sejam os verdadeiros espertalhões que querem a Copa do Mundo apenas pela enorme facilidade de ganhar suas bolas no oficial.

Leiam a Piauí, rapazes! Assessores ávidos por mostrar serviço; puxa-sacos doidos para locupletarem-se; jornalistas eufóricos com os gomos da bola; publicitários pseudo-civilistas; comerciantes sedentos na ignorância; empreiteiros sedentos na esperteza.

Vão à luta MARRETEIROS, convoquem os PICARETAS para vossa passeata, arranquem o naco de cimento que lhes cabe na concretude das negociatas daqueles que lucrarão sozinhos com a Copa 14. Talvez vocês comam a grama do day after.

EM TEMPO: este colunista tem uma opinião distinta das duas bandas em conflito. Não quero a Copa 14 em Natal, prefiro ir assistir aos jogos no Rio. Mas sou a favor que o Machadão dê lugar a um pequeno estádio, tipo o Frasqueirão, para comportar o tamanho real do futebol papa-jerimum.

E leiam a Piauí, não esqueçam.

CONTRASENSO E DESPERDÍCIO


"Como é que se destrói uma obra que atualmente não se faz com menos de 180 milhões de reais?" Agnelo Alves

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
DIGA SIM A ESSA IDÉIA
Para ex-prefeito de Natal demolição do Machadão é "contrasenso e desperdício"
Jornal de Hoje
02 de junho de 2010

O ex-prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves, considera "um contrasenso e um desperdício" a demolição do Estádio Machadão, do Ginásio de Esportes Machadinho e do Centro Administrativo para dar lugar ao complexo esportivo denominado "Arena das Dunas" para sediar jogos da Copa do Mundo em 2014 e abrigar repartições públicas estaduais e municipais. Responsável pelo início da construção do estádio quando era prefeito de Natal, Agnelo Alves critica a decisão perguntando: "Como é que se destrói uma obra que atualmente não se faz com menos de 180 milhões de reais?".

Esclarecendo que não é contra o novo projeto nem os jogos da Copa do Mundo em Natal, o ex-prefeito disse que se a opinião pública do Rio Grande do Norte e do Brasil tivesse o seu sentimento ouvido nenhum estádio de futebol seria demolido, principalmente quando a sua propriedade é passada para terceiros, que segundo ele, "são pessoas que não terão nenhuma obrigação de mantê-los. "Todos nós apoiamos e aplaudimos a realização de jogos da Copa do Mundo em Natal, desde que não houvesse destruição do nosso patrimônio", observa o ex-prefeito.

Alternativa

Agnelo Alves disse que quando era prefeito de Parnamirim sugeriu à Fifa que o complexo esportivo para sediar os jogos da Copa do Mundo fosse construído naquele município num terreno que teria todas as condições necessárias para o empreendimento localizado nas imediações do viaduto, entretanto, a sua sugestão não foi levada em consideração e a Federação Internacional de Futebol optou em construir a chamada "Arena das Dunas" no local onde funciona atualmente o Estádio Machadão, o Ginásio de Esportes Machadinho e o Centro Administrativo do governo do Estado.

COISA DO REINADO DA DANAÇÃO

Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação.

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
DIGA SIM A ESSA IDÉIA

O ESTÁDIO DELIRANTE
Vicente Serejo

CENA URBANA - JORNAL DE HOJE
30.01.2009

O delírio, Senhor Redator, pode ser um estado ou um estádio. No nosso caso, aqui nesta vila que foi Aldeia Velha de Felipe Camarão e Capitania Hereditária do mui lido senhor João de Barro, o intelectual amigo do rei, é um estádio.

Surto ou estratégia, não importa. Basta saber-se que o plano de construí-lo parte da demolição de um conjunto arquitetônico - Machadão e Machadinho - para não citar os prédios do Centro Administrativo, tudo para uns incertos três jogos da Copa do Mundo.

Os que defendem a idéia, mesmo tocados pela boa fé, como é o caso do secretário Fernando Fernandes, parecem esquecidos - ou, tanto pior, desprezam - que a arquitetura, no mundo antigo ou moderno, faz parte dos traços culturais de um povo, daí o risco da demolição. Mais ainda se refletem um tempo, um estilo, um sentimento, uma marca da criação humana. É bem o caso do Machadão. E olhe, Senhor Redator, este cronista não tem espírito esportivo nem compleição física para exercê-lo.

Ora, se vivemos uma calamidade pública na saúde no Estado visto e decretado; um sistema estadual de ensino público degradado, com os piores índices de ineficiência; e uma segurança carente de investimento, como o governo se apresenta à opinião pública para anunciar a construção do que chamou de Arena das Dunas? Colosso encomendado aos gringos e a ser vendido em plena crise econômica mundial? Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação.

Das duas, uma: se perdeu a fronteira do bom senso; ou, tanto pior, é por consciência que se ensaia esse jogo como um cenário maroto para alimentar no povo a ilusão de que assistirá a dois ou três jogos da Copa. É aquele artifício: se não acontecer, paciência. Foi feito o possível, a pantomima dos acordes na orquestração do povo. Com a Ponte Newton Navarro também foi assim. O governo acabou pagando a conta porque ninguém veio assumi-la para explorar seus lucros. E não havia crise.

Na Arena das Dunas, mesmo no imaginário do que faz o governo nesse campo de atuação, vão rosnar, isto sim, as feras do remorso nascido da irresponsabilidade de pretender construir não só um colosso de concreto armado, mas uma pequena cidade administrativa. Perdoem os governantes, se é que há capacidade de perdoar nas suas almas poderosas, mas é uma forma de luxúria perversa esse simulacro, esse gesto de anunciar uma obra que nasce da destruição de um patrimônio público.

É de espantar que alguns agentes executivos da Prefeitura apóiem a iniciativa na mesma hora em que discute um dito Plano de Fluição do Trânsito para Natal.

Como, se querem plantar na nesga estreita entre duas grandes avenidas de penetração e escoamento - Cordeiro de Farias / BR 101 e a Prudente de Morais/Jorge O'Grady, que cobrem toda extensão urbana da cidade? Querem produzir o estrangulamento com uma convulsão total? É o estádio de delírio.

Que Deus tenha piedade de nós.

Submissão ao império da bola






ESTÁDIO DO OPRÓBRIO
Moacyr Gomes da Costa

Estimulado pelo lúcido artigo de Vicente Serejo de ontem em Cena Urbana, sob o titulo de “Estádio delirante”, me permito mandar para ele e para o não menos brilhante Alex Medeiros, meu aplauso de cidadão por suas posições corajosas e competentes, alertando a sociedade sobre esse “Cavalo de Tróia” que querem nos impingir em nome de uma Copa muito “nebulosa”, vendida à massa como redenção de nosso estado crônico de pobreza e abandono por meio de um gigantesco e dispendioso processo de propaganda enganosa, só visto no Terceiro Reich.

Vi, estarrecido e envergonhado na TV Assembléia a ópera-bufa da aprovação da lei dos “royalties”, sentindo o opróbrio a que estamos submetidos pela subserviência de políticos mal escolhidos pelo povo, jogando nossa soberania no lixo, agachados, como meros representantes de uma colônia ou um protetorado qualquer, submisso ao poderio do gigantesco império da bola. Quem ousa desafiá-lo?

Vi quase todos “amarelados”, arranjando toda sorte de desculpas esfarrapadas para sair bem na foto, uns dizendo que “seus Senhores” da FIFA exigiam a aprovação da matéria em regime de urgência, outros alegavam que apesar da precipitação, iriam exercer rigorosa fiscalização na execução das obras, pura gozação, a maioria afirmando que o milagre vai ser a salvação da pátria, outros, chegaram a admitir que poderiam ter discutido melhor o assunto, que poderiam ter barateado os custos do delírio, mas agora é tarde, os patrões não esperam mais.

Afinal, quem paga os salários dos governantes, secretários, deputados, vereadores, senadores e penduricalhos, é o povo do Rio Grande do Norte ou a FIFA?

Não cabe na cabeça de ninguém, que, um Governo que reconhece sua quebradeira, e a situação de indigência de seu povo, tenha o desplante de investir R$ 1,28 bilhões para arriscar uma loteria de R$ 3 bilhões , que ninguém sabe se vem mesmo, ou, se é a fundo perdido ou se é dado de presente, ou ainda se os promitentes são confiáveis. Se exterminarem o patrimônio e o dinheiro não vier, alguém vai ser punido ? E, o povo vai pagar sem conhecer os projetos?

Eu já disse, e vou repetir, esses R$ 70 milhões dos “royalties”, não garantem um debito de mais de um bilhão, é um disfarce, ou chupeta para enganar criança. O filé do negócio é o fundo garantidor dos terrenos, e, concluindo, repito, vamos findar, sem estádio, sem ginásio, sem arena, sem copa e com um débito impagável. Um deputado chegou até a exigir o calendário de pagamento dos funcionários, prevendo o que poderá acontecer com a Folha.

O povo indiferente, inerte ou anestesiado, os gestores coniventes, só resta esperar pelo MP, ou, só Deus poderá nos livrar desse terremoto.

25/03/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO


Prepare sua faixa,
seu cartaz,
leve fogos, rojões!
Vá festivo e em paz para a
MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14 HORAS
ESPAÇO CULTURAL PAPA JOÃO PAULO II
PAPÓDROMO

leve alegria

Esse evento é totalmente espontâneo
não tem participação de instituições,
partidos políticos, clubes ou federação
de futebol

domingo, 1 de maio de 2011

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO


Recebi de Moacyr Gomes
sobre a MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
SÁBADO, 14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14 HORAS,
COM CONCENTRAÇÃO NO PAPÓDROMO

Caro Eduardo Alexandre:

Em principio, acho louvável a idéia, mesmo sem saber como será a coordenação da marcha, nem quantos comparecerão, entendendo apenas que, se houver um número significativo de pessoas, poderá ter algum efeito no sentido meramente histórico, registrando um crime hediondo que poderá ser perpetrado contra nossa cidade, totalmente indefesa diante dessa força esmagadora de espoliação de nossa soberania, por interesses escusos, que conta com a estupidez crônica de nossos políticos, somada à atração da corrupção que infelizmente faz parte do DNA de grande parte dos títeres que elegemos em nosso país.

Em caso de um comparecimento pouco expressivo, só servirá de chacota, dando mais força aos vândalos, comandados por alguns psicopatas que recebem gordos contracheques às custas de nossos impostos.

De repente, neste amanhecer de 1º de maio, assistindo o fantástico espetáculo da beatificação do Papa João Paulo II, com o mundo inteiro na Praça de São Pedro, lembrei-me que há vinte anos, ali mesmo naquele largo do Machadão, aquele santo celebrou uma missa memorável, quando, beijando nosso solo, o tornou bento. Ali estavam alguns dos carrascos que querem executar impiedosamente, por capricho e safadeza, aquele patrimônio público. Talvez, se forem católicos verdadeiros, sintam algum remorso.

Aí, ocorreu-me pedir a Deus, invocando àquele santo, que me tirasse do peito este amargo sentimento de indignação e me iluminasse com alguma idéia construtiva.

Veio a resposta, Esta “Marcha de Defesa do Machadão” que você acaba de me anunciar, poderia se transformar numa “Marcha para transformar o Machadão em centro de educação e formação de atletas”.

Em detalhes, seria transformar todo o Largo em grande praça pública, construir um santuário para o santo João Paulo II, ali no mesmo lugar do altar onde ele rezou a missa, aproveitar, com pequena reforma, o estádio e o ginásio para um centro educacional modelo, que oferecesse educação formal e preparação de futuros atletas, preferencialmente meninos pobres e filhos dos trabalhadores, vez que a idéia chega no Dia do Trabalhador.

Isto, além de evitar prejuízo irreparável e gastos astronômicos com uma empanada de circo para duas ou três peladas, e posteriormente, para uso de festas pagãs que os ricos não precisam, pois têm como assistir shows em Paris, Londres, Los Angeles, etc .

A Arena das Dunas pode ser construída em qualquer outro lugar, para a FIFA e seus asseclas encherem a cueca, e o futebol pode ir para o Juvenal Lamartine, que na verdade está do tamanho adequado aos nossos paredros.

Seria, assim, um equipamento de abrangência nacional; daria verdadeira “visibilidade” internacional à cidade, até porque o nome de Natal está vinculado ao nascimento de Cristo, e o santo ora beatificado traria, sem dúvida, permanentemente, milhares de romeiros que transformariam de verdade nossa cidade em pólo turístico, como a gruta de Fátima e outro lugares santos ao redor do mundo.

Acredito que essa idéia poderá ser analisada pelos que estiverem à frente dessa marcha contra a DESTRUIÇÃO, e, se for aprovada, poderão tentar divulgá-la pela imprensa, que, Graças a Deus, ainda tem muita gente lúcida e corajosa.

A idéia pode ser vendida na mídia como uma “encarnação” de uma mensagem do além.

Meu nome é irrelevante. Infelizmente, dois anos de náuseas provocadas por tanto lixo me deixaram fisicamente impossibilitado de continuar na luta quixotesca. Mas, faça uso dessa mensagem da maneira que melhor possa servir para a causa que você também abraçou.

Tenho certeza que seu saudoso pai, bem como todos os que lutaram por aquela obra, mortos ou vivos, ou ainda aqueles cidadãos que ainda guardam sua dignidade, irão aprovar.

Moacyr Gomes
1º/05/2011

sábado, 30 de abril de 2011

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO


SÁBADO, 14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14h
MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO

CONCENTRAÇÃO NO PAPÓDROMO, RUMO AO ESTÁDIO

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O QUE FOI FEITO A ESTE DOCUMENTO ?


NA COPA DOS MAIORES ABSURDOS
Eduardo Alexandre

Fui coordenador do Centro de Documentação Cultural Eloy de Souza da Fundação José Augusto.

Sei que quando um cidadão envia documento a esta Fundação solicitando o tombamento de algum bem material ou imaterial, é obrigação desta Fundação apreciar o pedido. É lei, inclusive federal, alardeada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como prerrogativa do cidadão para garantir para a sociedade a preservação daquilo que julga relevante para a História de um município, estado ou do próprio país.

No dia 28 de maio próximo passado, fui à FJA e entreguei o documento nesta postagem mostrado, ao protocolista, senhor Cícero Duarte Costa, que o carimbou, deu como recebido e o encaminhou à direção da instituição responsável pelos trâmites legais que o documento havia de tomar.

A imprensa do RN tomou conhecimento do fato e o divulgou; a população do Estado também tomou conhecimento da atitude e, durantes dias, foi assunto da cidade, pessoas se solidarizando com o pedido, pessoas distribuindo a mim impropérios de toda ordem.

Onze meses são passados.

Por volta de completar um ano do pedido de tombamento do Estádio João Cláudio Machado e Ginásio Humberto Nesi, também incluso da preocupação preservacionista, ninguém sabe que fim o documento levou ou que encaminhamento teve.

A quem recorrer para fazer valer o poder de cidadão que a Lei me garante, hoje nem sei mais.

Vejo a luta quase solitária do arquiteto Moacyr Gomes da Costa para preservar o patrimônio que riscou, e sinto o peso do dinheiro envolvido na transação que levará a escombros o que durante tanto tempo foi sonho e depois glória de uma cidade.

Enquanto menino, vivi e acompanhei a luta de uma geração de homens íntegros e de bem para fazer realidade aquele que se chamou poema de concreto de Lagoa Nova.

Hoje, vejo com tristeza a sede pelo uso da marreta que colocará abaixo todo aquele sonho feito realidade.

E lembro a saudade que deixaram edificações postas abaixo numa Natal que não pode defender-se de tantos absurdos contra ela cometidos: onde estão a Galeria de Artes da Praça André de Albuquerque? A sede da Sociedade Brasil/Estados Unidos, na avenida Getúlio Vargas? A sede social do ABC FC em Petrópolis?

Onde?

Em fotos cada vez mais raras e amareladas de uma dor que só o descaso com a História poderiam revelar.

E repito a pergunta que toda a cidade já fez: por que derrubar o parque desportivo que temos, se tanta terra há onde um novo pode ser edificado?

Só a sanha da ganância por dinheiro, creio, será capaz de responder.

Mas deixo aos responsáveis pelo cumprimento das leis em meu Estado a pergunta: o que foi feito do documento que pediu o tombamento do Machadão? Quais os pareceres que recebeu das instituições para as quais deveria ter sido encaminhado? Quais?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Breve dossiê contra a derrubada do Machadão

 Combinemos
OS MISTERIOSOS ATRASOS PARA INICIO DAS OBRAS DA COPA 2014
Mais um adiamento, mais um embuste. A FIFA, nada preocupada, sabendo que pode descartar Natal em qualquer tempo, sem maiores explicações,  pois é portadora de um Termo de Compromisso assinado por nossos governantes, submisso e humilhante, declinando de nossa soberania em troca de um lugar no banquete dos europeus. O povo não sabe disso.
Essa leviandade pode nos levar a ficar de tanga, sem lenço nem documento, sem Machadão, sem Machadinho, sem Arena das Dunas, sem Copa, sem “legado”, com uma baita dívida, e ainda, com cara de palhaços.
Essa PPP é um grande negócio para o Parceiro Privado, que vai ganhar muito com dinheiro do BNDES,  tendo o Estado como fiador. Quer dizer, se o parceiro não pagar, o fiador paga através de um Fundo Garantidor  que vale muito mais do que sua “avaliação” e do que o próprio empréstimo (alguém vai se locupletar com isso).
Do mesmo modo, o uso e exploração comercial da pretendida Arena das Dunas concedida ao Parceiro Privado poderá ser um fracasso, pois a SECOPA já admitiu publicamente que o futebol não lhe dará sustentação. Porém, se não for possível trazer para Natal uma Lady Gaga, uma Madonna ou uma Amy Winehouse,  um Barcelona ou a Copa da UEFA, teoricamente, o Parceiro Privado não terá prejuízo, pois   um Fundo Garantidor lhe dará cobertura, por mais de trinta anos.
     Não entendo por que não divulgam o nome desses consórcios. Eles existem ,sim, estão entrando em todas com bastante apetite. Já têm suas propostas prontas há muito tempo, pois a coisa cheira a “combinemos”.
     Se um consórcio de empresas de grande porte não consegue tecnicamente elaborar um orçamento em 45 dias, levando-se em conta que a “generosa” legislação  vigente permite licitações de obras públicas orçadas sobre Projetos Básicos e não sobre Projetos Executivos, facilitando os famigerados aditivos superfaturados,  indutores da corrupção generalizada neste paraíso  dos mensalões, foliadutos,  copadutos, propinas na cueca  e  coisas semelhantes, deve haver alguma muganga.
    É verdade que o plano “A”, aquele mega projeto imobiliário anunciado no começo, abortado por interferência do Ministério Público e de alguns segmentos importantes da sociedade, reduziu o tamanho do “pacote” e arrefeceu o ímpeto dos investidores, mas, mesmo assim, ainda é um bom “negócio”, deixando, porém, um risco para o empresário ao assumir o compromisso de manutenção da coisa, sem receita, por mais de trinta anos, tendo por garantia apenas uma contrapartida duvidosa e um fiador que é mudado a cada quatro anos.
  Assim, o “único prazo cumprido” até hoje foi a brutalidade da demolição da creche para fingir aos parceiros da CBF/FIFA o inicio de obras, deixando muitas crianças ao desabrigo, verdadeiro crime de lesa pátria.  Esse adiamento, portanto, é mais um blefe nesse universo de mentiras e de propaganda enganosa, por isso,acredito que “alguém” vai se interessar.
     Está mais parecido com uma estratégia para empurrar o “abacaxi” para o próximo governo, que ficará sujeito à chantagem  da chave de roda “ou copa ou morte”, que apequenou os legislativos do Município e do Estado no receio de serem acusados pela “morte” da cidade, fazendo-os  descumprir o importante preceito constitucional de seus mandatos na defesa do patrimônio público.
    Sem dúvida, a parte sadia e sensata da sociedade repudia essa esdrúxula idéia de demolir todo um patrimônio público de valor imaterial incalculável, e de valor pecuniário  em torno de R$ 2 bilhões, e em seu lugar assumir um débito de R$ 420 milhões, para um evento de curta duração, sob promessa de um “legado” de desenvolvimento, que o mundo inteiro sabe  que na Copa da África do Sul foi um fiasco e só deu lucro à FIFA e seus apaniguados.  Os paspalhos de lá foram também anestesiados pela propaganda enganosa.
    Parece que querem meter essa saia justa na futura Governadora, que, sabendo  da situação caótica em que se encontra o Estado, e pela sua própria experiência bem sucedida de gestora pública, por certo não cairá nesse  “Canto das Sereias”, e certamente encontrará  uma solução sensata para manter Natal na Copa, salvo se o propalado  “convite” da CBF/FIFA  também tenha sido parte da farsa . Basta que determine a mudança desse modelo escorchante e perverso de PPP, e a execução do “Elefante Branco” em terreno do próprio Estado no prolongamento da Av.Prudente de Morais (Av. Omar O’Grady) ou ainda, em qualquer município da região metropolitana de Natal que tenha fácil acesso às BR 101 e 304, evitando o gargalo do Machadão e respectivo impacto e degradação ambiental,  principalmente  impedindo a extinção do futebol do Estado, que, em última análise, é a alegria do povo pobre. O Machadão pode não servir para o luxo exigido pelos europeus ricos, mas vem servindo há quase quarenta anos ao futebol local e ao campeonato brasileiro com passado reconhecidamente glorioso, para nossas modestas condições.
    Falta uma consulta aos cidadãos e uma reflexão honesta sobre a relação custo/benefício entre aplicar quase meio bilhão de reais numa arena para dois ou três jogos provavelmente de menor expressão ouinvestir em saúde pública, educação, segurança, saneamento, etc. Pergunta  importante, todo esse “legado” prometido vem  a fundo perdido ou é emprestado? Se o governo federal está emprestando dinheiro ao FMI, perdoando os seus devedores, está  até querendo investir no turismo de Cuba, será que não poderia nos custear uma bolsa-Copa? O Estado de São Paulo até hoje se nega a gastar dinheiro público da forma irresponsável como quer a FIFA. Quero ver se vai ficar fora da Copa.
    Louve-se a preocupação dos Tribunais de Contas, do Ministério Público, da imprensa e do segmento mais esclarecido da população em todo o pais no acompanhamento das ações referentes a essa copa, sobretudo tentando evitar a repetição dos erros e desmandos  dos jogos olímpicos de 2007. Aqui em Natal, recomenda-se à população que procure conhecer a Ação Civil Pública de nº 001.09.030713-6 impetrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, através do GRUPO DE ATUAÇÃO ESPECIAL PARA ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES RELATIVAS À COPA 2014 – GAEP  COPA 2014, ora tramitando  na 3ª Vara da Fazenda Pública, cuja peça vestibular não deixa nenhuma dúvida sobre as  ilegalidades cometidas  desde o início desse misterioso  processo, bem como é importante que o povo tome conhecimento  do Inquérito Civil n° 019/2009 da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, no sentido de apurar os graves problemas ambientais decorrentes desse projeto naquele local inadequado.
    Essas ações são instrumentos de defesa que poderão evitar o grotesco vandalismo que os governos estadual e  municipal  atuais pretendem perpetrar irresponsavelmente  contra o patrimônio público.
       
Natal, 11 de novembro de 2010                                        
                                                                    Moacyr Gomes da Costa   -   Arquiteto
  Em 10 de agosto de 2010

Fundo garantidor da PPP

Moacyr Gomes da Costa Simplesmente lamentável a pretensa audiência pública de hoje na Assembléia Estadual, vendedores de geladeira a esquimós, travestidos de secretários, pregando as mesmas mentiras, querendo arrancar dos deputados um cheque sem fundo nesse negócio enrolado de fundo garantidor de PPP, depois de passar facilmente, como era esperado, pela comissão de Justiça. O moço do Ministério dos Esportes disse que o legado só virá se houver arena, mas não soube responder aonde vão arranjar receita para sustentá-la, conforme oportuna pergunta do Deputado José Dias. O outro, da Secopa, disse que seria multiuso, isto é, além de ABC, America, Alecrim, Baraúnas, etc., deu a entender que podia-se contar talvez com Barcelona, Real Madrid, etc., fora shows internacionais, recepções, casamentos,batizado
s e até velório, tudo suficiente para pagar o empréstimo do Parceiro Privado durante mais de trinta anos, deixando lucro, é claro, dando até para pagar a folha de pagamento dos funcionários. Povo, mesmo, não tinha quase ninguém. Parece que todos capitularam diante da força esmagadora do "rolo compressor" FIFA/CBF. O legado virá na “ marra” como foi na Copa da Africa? Era visível o constrangimento dos participantes da pantomima. As poucas perguntas que ocorreram tiveram respostas evasivas, o presidente da FNF, principal responsável por nosso futebol, protestou contra o menosprezo dos gestores públicos à sua instituição, até porque, dias atrás, a Prefeitura, por maioria dos “seus” vereadores, doou ilegalmente e irresponsavelmente todo o patrimônio do Machadão ao Estado, para que o mesmo o repasse para investidores privados, de graça, sem ouvir sequer a opinião da FNF, que foi a verdadeira doadora daquele patrimônio à Prefeitura. A professora Nadja Cardoso protestou contra a demolição do Machadão e equipamentos vizinhos, alegando racionalmente que seria ganho de tempo e custos construir a nova arena em qualquer outro lugar, ficando o patrimônio com 2 estádios ao invés de apenas um, mas o arguto demolidor replicou que a reforma do Machadão seria impossível, que tinha deficiências de toda espécie, inclusive falta de estacionamento, deslavada mentira, pois ele sabe muito bem, tanto quanto os senhores Gustavo Carvalho, Wagner Araujo, Adalberto Pessoa, Ney Dias, Carlos Eduardo Alves, Carlos Eduardo Câmara e a Sra Magnólia Figueiredo, que o estudo apresentado à CBF e discutido exaustivamente com a comissão da FIFA, atendia a todos os requisitos exigidos no caderno das especificações, e, enquanto ao meu lado ele participava da sabatina, tudo indica, estava contratando, a peso de ouro, sem licitação, uma empresa de contadores públicos e não de engenheiros ou economistas, que, afinal, foi quem decidiu demolir o Machadão exigindo que fizessem um outro estádio no mesmo lugar, alegando o arquiteto contratado o critério de "amor à primeira vista" para escolha do local . Quem quiser, tente adivinhar o QI (Quem indicou?) da referida empresa. Enquanto isso, todos sumiram rapidamente.
Em 15 de julho de 2010
Jornal de
Roberto Guedes
COPADUTO (01)
Jornalista recorre ao MP contra demora no tombamento do estádio de futebol
Autor de um pedido de tombamento do estádio municipal João Machado como patrimônio cultural do Rio Grande do Norte que dormita desde o fim de maio último no gabinete da presidência da Fundação José Augusto, braço cultural do governo do Estado, o jornalista e produtor cultural Eduardo Alexandre Garcia, criador da famosa “Galeria do Povo”, na praia dos Artistas, resolveu pedir que entre em campo o poder judiciário e o ministério público.
Ontem, quarta-feira 14, ele enviou aos promotores públicos Gilka da Mata e João Batista Machado, integrantes da Coordenadoria de Apoio às Promotorias de Defesa do Patrimônio Público, uma cópia do pedido de tombamento, com duplo objetivo. Por um lado, deseja que o “parquet” estadual verifique o acerto da reivindicação. Por outro, quer que conheça a desatenção que lhe concedeu a presidência do órgão cultural do executivo estadual.
Integrante de família muito ligada ao esporte, “Dunga”, como Eduardo Alexandre é tratado pelos amigos, resolveu pedir o tombamento para evitar a destruição do estádio, também conhecido como “Machadão”, e do ginásio de esportes Humberto Nesi, também referenciado como “Machadinho”, para cederem lugar ao “Arena das Dunas”, estabelecimento idealizado para acolher jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.
A indicação dos promotores foi-lhe apresentada pela bacharel Izabel Pinheiro, titular da Coordenadoria de Apoio às Promotorias de Defesa do Patrimônio Público, Combate à Sonegação Fiscal e Defesa das Fundações, à qual Eduardo Alexandre havia recorrido há poucos dias, quando decidiu submeter a questão ao poder judiciário, conforme registrou então o “Jornal de Roberto Guedes Via e-mail”.
Este é, na íntegra, o ofício que ele encaminhou a Izabel:
“Excelentíssima Senhora
Isabel Pinheiro
Há mais de um mês, protocolei pedido de tombamento do Machadão e do Machadinho (28 de maio p.p., cópia de documento abaixo, assinado como recebido pelo protocolista Cícero Duarte Costa) junto à Fundação José Augusto.
Até a presente data, a instituição, que tem a obrigação legal de defender o patrimônio histórico, cultural, artístico e arquitetônico do Estado, sequer dignou-se a me fornecer número de protocolo do documento nem sua assessoria de comunicação está autorizada a prestar qualquer esclarecimento a respeito.
Diante do fato, venho, respeitosamente, a esta Promotoria do Ministério Público, saber da possibilidade de acompanhar tal processo, cobrando da presidência da referida entidade dar encaminhamento legal ao pedido de tombamento dos referidos bens públicos, como a lei em questão exige e assegura a qualquer cidadão.
Certo de contar com o acolhimento, manifesto meus respeitos e considerações
Em Natal, RN, 14 de julho de 2010.
Eduardo Alexandre de Amorim Garcia”.
COPADUTO (02)
Responsável pela atração da Copa quer
lançar edital sem licença ambiental
É sem o menor respeito pela legislação pré-existente que os gestores públicos mobilizados pelo projeto de atração de jogos da Copa do Mundo de 2.014 para Natal querem agir no sentido de recuperar os prazos que perderam ao longo de mais de dois anos de vinculação com a entidade responsável pelo certame, a Federação Internacional Association (Fifa).
Isto é o que ficou evidente nesta quarta-feira, 14, ontem, quando o jornalista e industrial Fernando Fernandes de Oliveira, titular da secretaria especial para a Copa criada no âmbito do governo estadual, declarou que o edital das obras de mobilidade urbana deverá ser lançado sem a licença ambiental e os alvarás de construção e instalação.
Como se sabe, o respeito às normas que exigem precedentemente a licença ambiental e alvarás existe para todos os norte-rio-grandenses e natalenses. Os construtores do “Copaduto”, como o jornalista Alex Medeiros, colunista do vespertino “O Jornal de Hoje”, batizou o time de autoridades que montam as jogadas da copa em Natal, consideram-se acima da exigência porque deixaram se estreitar perigosamente o prazo que a Fifa concedeu às cidades que, como a capital potiguar, se habilitaram a figurar como sub-sedes na Copa de 2.014.
Segundo o Secretário, impõe-se passar por cima da licença e dos alvarás para que o edital visando a construção do estádio “Arena das Dunas”, até hoje mera concepção holográfica em computador como cenário para a versão natalense da Copa do Mundo, seja publicado nos próximos dias. “A busca das licenças atrasaria o processo”, argumentou.
Em 09 de julho de 2010 Vitória da chantagem
A Câmara Municipal de Natal ofereceu, nesta última quinta-feira, 8 de julho de 2010, mais uma vergonhosa colaboração ao projeto nacional de levar o Brasil a uma ditadura nos moldes da Venezuela, no triste episódio da discussão sobre o pretenso “EXTERMÍNIO” do patrimônio público constituído pelo chamado Complexo do Machadão, (cuja defesa seria constitucionalmente de sua obrigação), permitindo sua DOAÇÃO ao Estado, para que o mesmo repasse a uma empresa privada com o objetivo de cumprir o provável assalto ao erário, o qual está sendo batizado de “COPADUTO”, com inequívoca cumplicidade dos gestores públicos.
Cumpre registrar nominalmente os cinco vereadores que honraram seus mandatos tentando dialogar democraticamente em defesa dos bens do povo. São eles: Ney Lopes Jr, Prof. Luis Carlos, Raniere Barbosa, George Câmara e Sargento Regina, os quais, apesar da torpe ameaça de jogá-los contra o povo, através da chantagem nazi-fascista “quem for contra a doação é contra a Copa e contra Natal”, proferida pelo líder do governo e acompanhado cordeiramente pelo resto, mesmo assim, não se deixaram intimidar.
Portanto, não houve discussão, tudo ocorreu às carreiras, de cartas marcadas, em obediência canina aos prazos da FIFA, parecendo ser, no momento, mais importantes do que a própria DIGNIDADE E SOBERANIA NACIONAL. Trocaram a discussão responsável e obrigatória sobre alienação de patrimônio público por indecorosa arenga político-eleitoreira.
Tudo começou com uma emenda do vereador Ney Lopes Jr. pretendendo substituir no esdrúxulo Projeto de Lei o termo DOAÇÃO por CESSÃO, provando que este ultimo seria uma forma de garantia de retorno do bem ao cedente, proposta derrubada pela claque sob o argumento do vereador Hermano Morais, de que a doação seria uma garantia para o doador, e, pasmem, para o donatário, PPP, ainda desconhecido (cheque em branco a portador abstrato).
Os defensores da simples cessão disseram com muita propriedade: "quem doa não recebe de volta e quem cede apenas empresta", e, ainda mais, numa parceria do gênero, se um dos parceiros exige a doação, é porque está de ma fé e não pretende devolver o bem.
Ora, não se trata de simples questão de hermenêutica, mas de ordem prática. Uns alegaram que o contrato diz que o bem seria devolvido até 35 anos depois, com TODAS AS BENFEITORIAS, e, eu, pergunto: e se o contrato for desfeito por qualquer motivo, após a demolição dos BENS EXISTENTES, antes da construção da arena, a parcela dos bens exterminadas restaurada ou RESSUSCITADA, para devolução do patrimônio em seu valor original? Ou seja, vão devolver o Machadão e Machadinho inteirinhos, ou a PPP VAI NOS INDENIZAR EM MOEDA CORRENTE, ou quaisquer outras GARANTIAS, e, aí, ficaremos sem estádio, sem ginásio, sem Arena das Dunas, sem Copa, igual ao caipira que caiu no conto do vigário? Não seria mais simples e racional construir a arena em qualquer das INÚMERAS glebas oferecidas pelo Estado como FUNDO GARANTIDOR do negócio... ou negociata ?
Nesse episódio, a chantagem saiu vitoriosa. Vamos aguardar a Assembleia Legislativa e o Ministério Público. Deus nos proteja, Amem.
Moacyr Gomes da Costa – Arquiteto Em 07 de julho de 2010 No Twitter Eduardo 
Alexandre Dunga53 @blogdobarbosa Por favor, a FJA já deu algum encaminhamento ao pedido de tombamento do Machadão? Carlos
 A. Barbosa blogdobarbosa @Dunga53 Amigo, acho que vc já falou com Gilson sobre isso. É a pessoa certa pra vc perguntar. Eduardo 
Alexandre Dunga53 @blogdobarbosa Amigo, a resposta que tive foi a de que o presidente ainda não recebera o pedido. A ASCOM/FJA não pode informar a respeito? Carlos
 A. Barbosa blogdobarbosa @Dunga53 Não. Como disse, a melhor pessoa para reponder isso é o chefe de Gabinete. Eduardo 
Alexandre Dunga53 @blogdobarbosa Vôtis, Barbosa. A ASCOM/FJA só serve pra fazer/remeter release? Não pode dar uma informação jornalística a quem precisa?
Eduardo 
Alexandre Dunga53
  1. Há mais de um mês, protocolei pedido de tombamento do Machadão na FJA. Alguém sabe que encaminhamento foi dado ao processo?
Carlos A. Barbosa blogdobarbosa @Dunga53 Amigo, com todo respeito, isso não é informação jornalística. Trata-se de um assunto jurídico e que não compete a ascom. Eduardo 
Alexandre Dunga53 @blogdobarbosa Desculpe, Barbosa: o assunto tombamento é funcional e não jurídico ainda. E compete à ASCOM/FJA prestar infos jornalísticas. Carlos
 A. Barbosa blogdobarbosa @Dunga53 Como já disse, quem pode lhe informar sobre isso é o chefe de Gabinete, Gilson, que vc conhece.
Tiraram a tampa da lixeira
Moacyr Gomes da Costa*
Caiu a máscara. A sujeira está escancarada: o governo confessa no Diário Oficial do Estado do último dia 22, que vem enganando o povo há muito tempo sobre essa fantasia chamada Arena das Dunas.
Tudo começou em setembro de 2008, quando o ex-secretário de Turismo, e atual todo-poderoso dono da Copa 2014, foi ao Rio expor à CBF um estudo de adequação do Machadão para a dita Copa, e voltou sorrateiramente com um contrato milionário de consultoria e projeto visando demolir o próprio Machadão e adjacências, para dar lugar a uma arena multiuso, rodeada de um mega-projeto de cunho especulativo-imobiliário.
Em princípio, informava que tal arena seria projetada pela empresa HOK SVE, de grande renome internacional no assunto, mas, na realidade, foi contratada, sem licitação, em seu nome, uma empresa desconhecida, a Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetos, que elaborou uma maquete eletrônica e logo depois abandonou a tarefa.
Mais adiante, surgiu o arquiteto Felipe Bezerra como co-autor (co-autor de qual autoria?) e, ao que se sabe, após o dispêndio de R$ 3,6 milhões, fora viagens ao estrangeiro, propaganda enganosa, carnaval de rua e compra de silêncio (não se sabe ainda quanto custou o uso do acervo promocional da HOK nem da co-autoria registrada), no meio do ano passado, mais um contrato sem licitação foi assinado com uma fundação, por mais de R$ 600 mi, para uma falsa licença ambiental com o fim de demolir o patrimônio, e; mais recentemente, a estúpida demolição da creche Kátia Fagundes, deixando 160 crianças sem estudo. Demolição que custou, também sem licitação, um preço absurdo, que, num país sério, levaria gente a ver o sol quadrado.
Por fim, o governo confessa que, de fato, não tem projeto de espécie alguma; que jogou o dinheiro do povo pelo ralo; que mentiu quando disse que tudo seria pago pela iniciativa privada, mas, na realidade, será tudo custeado pelo dinheiro do povo e, certamente, vai ainda chantagear os poderes legislativos, como já vem fazendo, para permitirem doar a uma empresa privada um patrimônio que vale, no mínimo, quatro vezes mais do que o empréstimo pretendido, a título de garantia de uma transação que já deverá ter suas cartas marcadas.
Tudo cheira a uma gigantesca partilha dos bens e direitos públicos.
Por outro lado, a imoral inexigibilidade de licitação contida nos contratos de 27 milhões publicados no Diário Oficial acima referido, representa o cerceamento do direito de competir dos profissionais de arquitetura e engenharia de Natal (para que universidades formando anualmente centenas de arquitetos, urbanistas e engenheiros?), devendo caber ao Clube de Engenharia, Sindicato dos Engenheiros, SENGE, IAB/RN, aliados à OAB e ao Conselho de Economistas, com o patrocínio do CREA/RN, o pedido de recurso ao Ministério Público contra a lesão dos seus direitos postergados pelo “rolo compressor” da improbidade administrativa.
Outrossim, cabe a pergunta ao IAB/RN, tradicional defensor dos valores culturais, arquitetônicos e históricos: se o Machadão tem algum desses valores, por que não apoiar o pedido de seu tombamento solicitado pelo cidadão Eduardo Alexandre Garcia, à Fundação competente, até agora, autoritariamente, sem resposta?
A sociedade precisa ter ciência da Ação Civil Pública nº 001.09.030713-6, requerida pelo Grupo de Atuação Especial para Acompanhamento das Atividades Relativas à Copa 2014 – GAEP COPA 2014 e do Inquérito Civil Público da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente.
A sociedade brasileira não pode capitular diante de mensalões e foliadutos. Precisamos eliminar todo esse lixo.
*Arquiteto – 7473 D – CREA RJ
Natal, 27/06/2010
A PROVA DA FARSA
Dr. Carlos de Miranda Gomes
Ao tomar ciência das últimas notícias sobre os procedimentos para a construção da “Arena das Dunas” e conhecer alguns dados alarmantes, inevitavelmente entrei em depressão. Não pelo fato da possível demolição do Machadão e o restante do complexo de prédios, pois nada material é eterno, mas pelo descaramento de um lado e a omissão de outro sobre as farsas que estão sendo perpetradas contra o povo do nosso Estado.
Há alguns dias publiquei artigo sobre o "Início da Farsa", quando resolveram demolir a Creche Kátia Garcia e não colocaram outra em seu lugar, a teor das reclamações dos pais ventiladas na imprensa.
Mas agora, para a análise e meditação dos cidadãos e dos defensores da fúria demolitória, estou anexando os extratos dos contratos celebrados e publicados no DOE do dia 22/6: um de R$ 12.670.000,00 para serviços dos projetos complementares para a Arena das Dunas; o outro, no valor de R$ R$ 14.885,450,00 para elaboração do projeto arquitetônico e documentação para o novo Estádio Arena das Dunas. Observe-se, quem assinou os contratos foi o Sr. Armando José e Silva, porque o Fernando Fernandes está na sede da Copa de 2010.
Mas não tinha sido paga uma boa quantia para um mirabolante projeto apresentado por Fernando Fernandes e difundido até hoje, com juramento que era o tal projeto?
A verdade é que nunca houve projeto nenhum, mas o dinheiro foi pago e TUDO COM INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, com parecer da Procuradoria do Estado, que agora quer incorporar a Consultoria Geral.
Este fato precisa de explicações convincentes e urgentes e para isso devem ser convocados o Tribunal de Contas, o Ministério Público, a Assembléia Legislativa do Estado, a Câmara Municipal, o CREA e demais órgãos que tenham interesse na moralidade pública.
Como anda o processo de tombamento? Como se posicionou a Controladoria Geral do Estado?
Ao dizer isso, quero lembrar que quando fui o seu titular passei por momentos difíceis e tive a coragem de sustar os registros dos processos de pagamentos enquanto não se cobrisse a dotação para pagamento dos servidores públicos; sustei a venda, através de “leilão”, de grande área de terreno pertencente ao DER. Jamais tive medo de ser exonerado e não o fui, porque tive a coragem de advertir os meus superiores para as coisas erradas e ser por eles ouvido. Nunca pequei por omissão.
Mas hoje já não sou nada, pois não ocupo nenhum cargo público, não tenho dinheiro e não sou capaz de fazer mal a ninguém, daí não ser mais registrado em nada e até já fui excluído dos compêndios das figuras ilustres da sociedade e já não recebo muitos convites para eventos oficiais. Aliás, quero mesmo que não me convidem, pois não suporto os cínicos e bajuladores.
Contudo, é do meu destino não ficar calado e estarei presente, mesmo que várias e graves enfermidades me sejam companheiras nos tempos atuais. Enquanto tiver um sopro de vida participarei dos debates em favor do povo da minha terra e combaterei os ‘fichas sujas’ através de artigos que envio para a imprensa e nem todos são publicados e agora através do meu ‘blog’ http://mirandagomes.zip.net ou cara a cara nos encontros fortuitos ou programados nas livrarias, sebos, plenários, audiências públicas.
Quero a ajuda dos meus amigos para me aconselharem para não cometer excessos, através das dezenas de e-mails que recebo, graças a Deus. Estou vivo, lúcido, ainda que sem saúde plena.
Nem mesmo sei se valeria essa briga toda contra a demolição absurda do Machadão, em detrimento de tantas obras estruturantes indispensáveis para melhorar a qualidade de vida do nosso povo, pois não tenho a certeza de estar neste mundo na Copa de 2014.
De qualquer forma, estimarei ouvir o clamor do povo e a providência das autoridades.
Se isso não vier, gostaria que a implosão do velho Machadão, também alcance certos órgãos públicos que não funcionam e com quem estiver dentro deles.
De antemão confesso-me INDIGNADO e inteiramente CÉTICO com as coisas deste País e, particularmente, do Rio Grande do Norte e da cidade do Natal.
Com extrema tristeza, mas com o respeito de
Carlos Gomes
ANEXOS:
Processo Nº 74349/2010-7 – SETUR
Interessado: POPULOUS ARQUITETURA LTDA
Assunto: Inexigibilidade de Licitação – Prestação de Serviços especializados para a elaboração do projeto arquitetônico do “Estádio das Dunas – Novo Machadão”
Termo de Inexigibilidade de Licitação
Para os fins do art. 26 da Lei nº 8.666/93, com as alterações posteriores, DECLARO a INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO para a prestação de serviços especializados para a elaboração do projeto arquitetônico e documentação para um novo estádio em Natal/RN com capacidade mínima de 45.000 assentos individuais, a ser elaborado de acordo com as normas da FIFA para a Copa do Mundo de Futebol, abrangidas as fases de Projeto Básico, Projeto Executivo e Administração de Obras, o que faço com base no preceituado pelo caput do art. 25, II da Lei 8.666/93, e, via de conseqüência, AUTORIZO a contratação direta da empresa POPULOUS ARQUITETURA LTDA, inscrita no CNPJ sob o n.º 10.736.110/0001-70, limitada ao valor global de R$ 14.855.450,00 (quatorze milhões, oitocentos e cinquenta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta reais), lançando-se a despesa com a contratação dos serviços à conta dos recursos alocados a esta Pasta, assim classificados: Dotação Orçamentária: 28.101.27.811.2804.12391 – Realização da Copa do Mundo 2014 em Natal - Elemento de Despesa: 3390.35 – Serviços de Consultoria – Fonte 100.
Natal, em 31 de maio de 2010.
Armando José e Silva
Secretário Adjunto.
(DOE 22/6/2010)
PROCESSO Nº 56501/2010-9 – SETUR
INTERESSADO: Stadia Projetos Consultoria e Engenharia Ltda
ASSUNTO: Inexigibilidade de Licitação – Prestação de Serviços Especializados Para a Execução de Projetos Complementares e Gerenciamento do Projeto “Estádio Das Dunas”
Termo de Inexigibilidade de Licitação
Para os fins do art. 26 da Lei nº 8.666/93, com as alterações posteriores, DECLARO a INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO para a prestação de serviços especializados no desenvolvimento dos projetos complementares, básicos e executivos, relativos ao empreendimento denominado Arena das Dunas, a ser construído em Natal, para realização dos jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, bem como o Gerenciamento Total do Projeto, o que faço com base no preceituado pelo caput do art. 25, II da Lei 8.666/93, e, via de conseqüência, AUTORIZO a contratação direta da empresa STADIA PROJETOS CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA, inscrita no CNPJ sob o n.º 10.991.455/0001-70, limitada ao valor global de R$ 12.670.000,00 (doze milhões, seiscentos e setenta mil reais), lançando-se a despesa com a contratação dos serviços à conta dos recursos alocados a esta Pasta, assim classificados: Dotação Orçamentária: 28.101.27.811.2804.12391 – Realização da Copa do Mundo 2014 em Natal - Elemento de Despesa: 3390.35 – Serviços de Consultoria – Fonte 100.
Natal, em 31 de maio de 2010.
Armando José e Silva
Secretário Adjunto.
DOE 22/6/2010)

Arena das Dunas: o estrondoso silêncio dos que podem fiscalizar e intervir

Leonardo Sodré
http://leonardosodre.blogspot.com/2010/06/arena-das-dunas-o-estrondoso-silencio.html
Soa estranhamente o silêncio das autoridades que podem fiscalizar a tremenda trapalhada financeira dos governos que administram a possibilidade de Natal ser subsede da Copa do Mundo de 2014, refém de um custo astronômico para realização de dois ou três jogos de futebol.
Jornalistas, cronistas, Blogueiros, enfim, todos os que dispõem de espaços jornalísticos denunciam as cifras altíssimas para a construção de um projeto arquitetônico que, há tempos, havia sido apresentado como concluído. Imitando Túlio Lemos, pergunto: O que é que está havendo?
E, enquanto se analisa os passos atabalhoados dos dois governos, 160 crianças perderam sua creche, demolida rapidamente para mostrar serviço aos fiscais da poderosa FIFA. O próximo passo da sanha milionária destruidora, será a derrubada do Estádio Machadão.
Mas, outra discussão se iniciou com relação a derrubado do patrimônio público depois que o jornalista Eduardo Alexandre Garcia formalizou um pedido de tombamento para o estádio de Lagoa Nova. A partir da sua iniciativa, a discussão foi reavivada. Por que derrubar para construir?
Todos queremos a Copa de 2014, embora os estressados defensores da destruição argumentem apenas que os que são contra a destruição de patrimônio não queiram a Copa do Mundo. Queremos sim, mas em outro local. Por que tanta resistência? Por que querem gastar duplamente?
Essa deveria ser a pergunta das autoridades que podem fiscalizar, mas que se mantêm silenciosas. _______________________
parabéns, leo, pelo texto.
só mudaria o verbo: de poder para dever, no silêncio daqueles que devem fiscalizar. MPE, MPF, TCU, TCE, CREA, etc.
27 milhões para um projeto, depois de se pagar 3 mi por uma maquete eletrônica? meu amigo, isso não existe em canto algum.
por aí, já no início, mostra-se a 'fome' com que virão sobre a viúva. raça de escrotos. sanguessugas.
torço com todas as forças para que Natal seja degolada. É um absurdo o que está prestes a acontecer.
Antoniel Campos
_______________________
1. tenho acompanhado todas as postagens e discussões com natural (para mim, é) indignação. não me pronuncio, pois tudo é muito bem colocado e não vejo graça em chover no molhado.
2. a princípio, havia achado bacana a espetacularidade do projeto da arena das dunas.
3. logo a seguir, percebi que não era interessante, do ponto de vista ecológico e urbanístico, por conta do local ser um captador de água;
4. a saída seria construir entre parnamirim e macaíba;
5. agora, não vejo mais nenhuma "beleza" em sediar a copa por aqui.
6. se rolar o abaixo-assinado que se cogitou para o andamento da "causa dunga", eu assino.
é isto.
Vicente Vitoriano _______________________ Em cada 100 anos se perde a referência de uma geração Natal explode Em edifícios que vão se esticando aos céus rasgado pelo vento que joga sua poeira no universo, em nome de um progresso. Deixando no solo um suspiro para a última saudade dos que viveram e ou conheceram sua história. edificam-se prédios em lugar de casas, assentam-se placas douradas como nas catacumbas e mausoléus com nome de ex-proprietários, como se fossem epitáfios ... aqui jaz ... uma saudade. E Natal ficando sem prédios históricos, sem casas centenárias, sem patrimônio cultural. cadê os casarões centenários, cadê? cadê nossa história de 400 anos? cadê? somente a Fortaleza dos Reis Magos segura o cetro de mais de 400 anos. As demais tombam com o muro de Berlim. A casa de pedra, o centro cearense, a casa redonda de maria boa na praia do meio e tantas outras boas casas que tombaram, assim como o CASTELÃO vai tombar ? Salve Dunga, Salve o MONUMENTO DO FUTEBOL POTIGUAR. Leide Câmara 05 de junho de 2010 _______________________ Caro Eduardo: Recebi e gostei muito de suas mensagens de ontem. Seria ótimo se fossem publicadas. Achei muito útil e esclarecedora a entrevista na TV Câmara. Gostaria de conseguir uma cópia, para divulgá-la o máximo possivel. Agnelo Alves vem publicando uma matéria aos domingos sobre a história do Machadão. Hoje já saiu o 2º capitulo. Se você não estiver acompanhando me avise que lhe mandarei depois. Estou anexando o recorte da crônica de João Saldanha no "O Globo" do Rio de Janeiro, quando aqui esteve cobrindo jogos da mini-copa do mundo, ocasião em que afirmava que em sua opinião o nosso estádio era o mais bonito do Brasil. Como foi de autoria de arquiteto daqui, e sem qualquer recompensa pecuniária, ao invés do tombamento que os povos civilizados outorgam a suas manifestações culturais e históricas, está na iminência de ser brutalmente tombado pelas marretas dos selvagens que dominam nosso povo ingênuo. Estou mandando esta mensagem para muitas pessoas, das quais, significativa maioria, tenho certeza, repudia tamanha estupidez e seus objetivos sabidamente suspeitos. Aproveito a oportunidade para lhe sugerir, na sua qualidade de comunicador, que procure saber a opinião dos arquitetos/urbanistas, tradicionais e reconhecidos defensores da preservção do patrimônio da cidade. Abraço do amigo Moacyr Vergonha e indignação Petit Natal Brazil Petit das Virgens No Rabo Solto, página do Facebook de Lola A negociata é a seguinte: o governo do Estado encomendou um projeto virtual da Arena das Dunas a uma firma internacional indicada por Ricardo Teixeira, com a garantia de que, em troca, Natal sediaria a copa 2014. Valor já pago: 3,6milhões de reais. Foi feita uma campanha publicitária para ter apoio popular. Os investidores executores internacionais ficariam com toda área por trinta anos. Demoliriam Machadão, Machadinho, Centro Administrativo, papódromo e kartódromo. Em troca, construiriam a Arena e dois prédios administrativos que seriam alugados ao governo e prefeitura por 30 anos. Com a crise imobiliária, os investidores sumiram. O governo Lula anunciou que bancaria tudo com dinheiro público. O arquiteto Moacyr Gomes, que fez o Machadão, tem um projeto paralelo de reforma que atende às exigências da FIFA e custa cerca de cem milhões de reais, mas, por motivos obscuros, o governo não o quer. Só a demolição custa quase isso. Há poucos dias, vieram uns fiscais da FIFA para ver as obras. Na verdade, a demolição de uma escola infantil no local. Isso mesmo que você leu: foi demolida uma escola/creche com 300 alunos e custou 300 mil sem licitação. Eduardo Alexandre entrou com um processo de tombamento na FJA, mas o governo já mandou engavetar. Ontem, o governo e a prefeitura de São Paulo deram o bom exemplo: anunciou que não gastarão um centavo do dinheiro público com construção de estádios. A previsão, aqui em Natal, são de gastos acima de um bilhão de reais. Só a Arena, vai custar 500 milhões. Enquanto isso, a população de Natal agoniza nas macas nos corredores do Walfredo Gurgel, depois de ser assaltada constantemente por bandidos que, por sua vez, não têm escola como alternativa de vida. O Hospital Infantil Varela Santiago está ameaçado de fechar, sobrevive à custa de doações e campanhas. Nossa carga tributária é uma das maiores do mundo.Tudo isso será uma grande roubalheira. Uma vergonha! Como natalense e brasileiro, estou indignado.

JARDIM DE PEDRA

Rubens Lemos Filho
Para o grego Tamuz, a escrita é a única arma da memória. E ele fez a profecia três milênios antes de Jesus Cristo nascer, segundo os testemunhos. Três mil, mais 2010, são 5.010 anos de sapiência. Na cultura de qualquer lugar, o passado e os seus protagonistas são motivadores de perpetuação. Em Natal, a mídia destacou, sob forte teor performático, o início das obras da Copa 2014 com a demolição da Creche Kátia Fagundes Garcia, no Centro Administrativo. Quem foi Kátia Garcia? que entrou sem querer no jogo ainda não jogado, da construção do Estádio Arena das Dunas, onde serão disputadas as partidas aqui, garantidas por todos os entendidos de futebol e dos seus(interessantes) labirintos. Os tratores postos no Centro Administrativo com a velocidade de um Neymar, podem ter passado por cima do cimento e da cal da creche. Sobre quem lhe deu o nome, num exercício cruelmente irônico, não será preciso. Kátia Garcia, assassinada aos 42 anos em 1988, numa briga de trânsito, era uma economista sem a visão fria e impessoal dos números. Para ela, gente era gente. Pós-Graduada na Fundação Getúlio Vargas(SP) e com experiência no Banco Mundial, foi uma formuladora ousada. Autora da idéia de se criar em Natal o Programa do Leite, lançado em 1986, no primeiro dia da administração do prefeito Garibaldi Alves Filho, de quem foi secretária de Planejamento. Leite, criança e creche, há coerência. Mergulhou nas questões agrícolas, tendo ao lado o marido Roosevelt Garcia, um técnico tão competente que alia o conhecimento pragmático a um texto de qualidade superior. Dos dois, nasceu Renato Garcia, precocemente brilhante. Kátia Garcia, filha do tabelião Armando Fagundes, lúcido aos 91 anos, comandando seu cartório próximo à Prefeitura de Natal. Com Armando e Renato, assisti a reinauguração da Creche Kátia Garcia, quatro anos atrás. Natal precisa ser menos fria com os seus predecessores. Por trás de cada monumento, há um sentimento humano. Uma terra de tanto sol e calor não pode, em nome do que seja, se transformar, de repente, em um Jardim de Pedras. Do Blog de Leonardo Sodré: http://bit.ly/beKdXb Do Jornal de Roberto Guedes "O jornalista Eduardo Alexandre Garcia, autor do requerimento solicitando à Fundação José Augusto o tombamento do estádio municipal João Machado, que protocolou no último dia 28, está ultimando com advogados uma ação de obrigação de fazer contra o presidente do órgão, o engenheiro agrônomo, escritor, jornalista e poeta Crispiniano Neto". . Comentário do advogado Kelps Lima no Facebook "Sou a favor da construção de um novo estádio. O tempo para discutir o local já se venceu. Se abrirmos brecha para essa discussão poderemos perder a Copa. Seria uma perda incalculável para nossa cidade. De saída teríamos menos 2 bilhões para investimento até 2014". De goela abaixo Eduardo Alexandre "O tempo para discutir o local já se venceu. Se abrirmos brecha para essa discussão poderemos perder a Copa." Kelps Lima, no http://leonardosodre.blogspot.com/ Foi como apoplético que o natalense recebeu a notícia de que iria sub-sediar jogos da Copa 2014. Tudo chegou de repente e com essa chantagem: se vacilar em qualquer item que não concordem, perdem a oportunidade de Natal ter a Copa. E a FIFA chegou com um projeto de Arena linda para Natal. E mais: todo o nosso parque público/administrativo estadual seria transformado em estadual e municipal com a construção de mega-edifícios nos mais modernos padrões arquitetônicos e de conforto e beleza. A cidade ganharia novas vias, a saúde melhoraria, a segurança seria assegurada, Natal nunca mais seria a mesma. Tudo uma maravilha! Um técnico teria sobrevoado a cidade e escolhido: o lugar ideal é aquele! E apontou para a área onde temos os nossos Machadão, Machadinho, Centro Administrativo, creche e Papódromo, afora o sonho de um Observatório Espacial. Prédios imensos para a burocracia estadual e municipal. Estádio e ginásio de encantar a vista de todos. E dinheiro fácil para se transformar Natal, de vez, na Natalópolis dos sonhos futuro-progressistas. Uma só implicação: tudo o que há ali, teria de ir ao chão, ser demolido, para dar lugar ao mega projeto das mil e uma noites vindo dos States, tudo primeiro-mundistamente projetado. Uma beleza! Quem era doido de não querer Natal na Copa Brazil/2014? Ninguém. Ninguém era doido de dizer que não queria estar na Natal da Copa 2014. Era como se soltassem uma manada de meninos numa agigantada maquete erguida a chocolate. Todos se lambuzaram. Um ou outro alérgico a chocolate tentava uma opção gustativa: será que não tem um pudim? Um bolinho de milho? Um alfinim? No que era logo admoestado: Cala-te! Quiere que percamos todos a nossa gostosa comilança? Discussão nenhuma houve sobre o assunto. Foi assim, veio assim e pronto. Era assim. Tinha de ser assim. Discutir o quê, por quê? Havíamos ganho uma loteria mundial. O nosso sonho de terra do turismo finalmente decolaria ao cosmos. Seríamos a Natal Intergalática! Maravilhosa e leal. Uma só implicação: destruir todo aquele patrimônio já incorporado à paisagem da cidade. Noutro local não poderia ser. Não seríamos loucos de contrariar os homens da FIFA que nos chantageavam com argumentação tão convincente, com projeto tão belo e de tão fácil consecução: assinar uns papeizinhos de compromisso e dizer que sim, pode botar tudo abaixo que tem nada, não: vocês vão mesmo contruir tudo em dobro e em triplo depois... Pois, sim. Não vou aqui discutir a chantagem do argumento de Kelps; não o valor do patrimônio; não o valor cifrado em $s como os de suas palavras; nem o valor histórico de um patrimônio já incorporado à imagem própria da cidade, com seu valor arquitetônico único, com seu apelo histórico/sentimental. Dizer que a cidade discutiu o assunto é falaciar o debate. É usar de um argumento de chantagem já usada para tentar fazer calar os que se opõem à isana tentativa de destruição de um bem público, de todos, como dita e grifa a propaganda governamental. O projeto virtual que chegou a todos com obrigação de acatamento, chegou como comida de peru de Natal, de goela abaixo, empurrada e, para o peru, com fim trágico, o que espero não aconteça a nossa história. Triste Deputado conclama o povo para destruir um bem público Parnamirim Notícias (capa), 31 de maio de 2010
Cena Urbana
Vicente Serejo
01 de junho de 2010
Tombar
O jornalista Eduardo Alexandre ao protocolar o pedido de tombamento do Machadão e do Machadinho acabou assumindo o único gesto capaz de gerar um grande impasse para o governo.
Saída
O governo ficou sem saída: se instaurar o pedido de tombamento suspende as obras até julgar o pedido; se não proceder como seria normal desconhece o direito que a lei permite aos cidadãos.
Efeito
O poder de instaurar ou não instaurar o processo de tombamento é privativo da Fundação José Augusto que teria sido alertada para não fazê-lo. E o caso pode acabar sendo decidido na justiça.

Machadão, o "poema de concreto armado", aniversaria 38 Anos

O aniversariante do dia é o Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, mais conhecido como Machadão. Completa 38 anos de existência. Esse poderá ser o último aniversário do Machadão, que está seriamente ameaçado de ser demolido para a construção do Estádio Arena das Dunas, que sediará alguns jogos da Copa do Mundo de 2014. O Machadão foi inaugurado no dia 4 de junho de 2972, quando era governador Cortez Pereira e prefeito de Natal Jorge Ivan Cascudo Rodrigues. Projetado pelo arquiteto Moacyr Gomes da Costa, o Machadão é considerado um dos mais belos estádios do Brasil. É tanto que foi chamado de “um poema de concreto armado” pelo comentarista esportivo e ex-técnico da selebração brasileira João Saldanha. Inicialmente foi batizado com o nome de Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco e conhecido simplesmente como Castelão. Somente em 1989 teve seu nome alterado para Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, passando a ser chamado de Machadão, em homenagem ao ex-presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol. Embora esteja marcado para ser demolido pelos “inteligentes” do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal, o Machadão vem tendo sua permanência defendida por um grupo de pessoas que resiste à idéia de transformar o nosso “poema de concreto” em pó. Parabéns ao Machadão e a todos os que são contrários a sua demolição. Eu também sou contra à derrubada do Machadão por considerar um crime contra o patrimônio público, cultural e arquitetônico do Rio Grande do Norte.
Postado por: AQUINO NETO horário: 10:6

O Machadão vive os seus últimos dias. Coitado do RN

Paulo Tarcísio Cavalcanti
Todo mundo sabe que para uma cidade ser escolhida sede de qualquer coisa tem que pagar um preço. Quanto mais para sediar uma competição consagrada como é uma Copa do Mundo de Futebol. Isso é verdade e ninguém discute. Agora, além de pagar esse preço, ainda ser obrigada (e aceitar) a se desfazer de uma parte do pouco que conseguiu construir ao longo de sua história é outra coisa: Ou burrice ou irresponsabilidade. É incrível e suspeita a postura das autoridades do Governo do RN e da Prefeitura de Natal em dois momentos desse debate: Primeiro, quando escondem do CREA-RN o projeto do estádio que prometem construir; e, segundo, quando tentam justificar o seu instinto demolidor, assegurando que sem a demolição do Machadão, "adeus" Copa de 2014. Postura incrível e suspeita, mas, pelo menos pra mim, não surpreendente. Infelizmente, quando se trata da gerência da coisa pública, os nossos representantes não estão nem aí pra saber quanto custa, nem quanto tempo levará para ser feito. O incrível é constatar e testemunhar o surgimento de vozes, respeitáveis e conceituadas, vindo a público defender a teoria do fato consumado, sob a alegação de que o tempo do debate já passou. Com relação à demolição do Machadão, colocando de lado o zelo (pra mim obrigatório) pelo patrimônio público, eu até admitiria aceita-la se comprovada, efetivamente, a sua necessidade, mas só depois que o outro estádio estiver pronto. Pois, além de criminosa, sob o ponto de vista da destruição de um patrimônio público, considero a demolição uma temeridade, uma vez que a construção do novo estádio, que já vai começar atrasada, não tem nenhuma garantia de que será concluída e, principalmente, em tempo de sediar os jogos. Temeridade por que? Temeridade porque, até hoje, na história do Rio Grande do Norte não houve uma única obra, por menor que seja, que tenha terminado no tempo inicialmente previsto. Eu tenho dezenas de pequenos exemplos: A ponte, o aeroporto de São Gonçalo, as quatro UPAS que prometeram colocar em funcionamento em Natal até agosto do ano passado, etc. Mas, vou citar só um: minúsculo, em comparação com a grandiosidade da chamada "Arena das Dunas". No ano passado, a Prefeitura de Natal fechou para reformas o Centro Odontológico Morton Mariz prometendo reabri-lo em dois ou três meses. Está completando um ano e nada.
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Texto: Beto Leite
Desenho: Marcos Guerra
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revistacatorze. com.br

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Carlos Eduardo: “sou contra a demolição do Machadão”

Ex-prefeito lembrou que foi em sua gestão que Natal se lançou candidata à cidade-sede para Copa 2014 e que projeto inicial previa readequação do estádio.

Por Thyago Macedo
Vlademir Alexandre
O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, comentou que foi durante a sua gestão que Natal se lançou como candidata a cidade-sede para a Copa 2014. Ele destacou ainda que é contra a derrubada do Machadão e que projeto inicial previa a readequação do estádio. “Eu mesmo estive na CBF e questionei se era válido um projeto de reestruturação de um estádio para a Copa e eles me deram vários exemplos que sim. Com isso, conversei com o arquiteto Moacir Gomes, criador do Machadão, e pedi que ele apresentasse o projeto de reforma”, destaca. Carlos Eduardo citou, inclusive, uma viagem que fez a Barcelona, onde conheceu o estádio reformado que recebeu a final da Copa de 1986. “Eu conheci aquele projeto muito bonito, localizado no meio da cidade, e fiquei com ele na cabeça”. A partir daí, o ex-prefeito destaca que o arquiteto Moacir Gomes apresentou o novo projeto para o Machadão e o levou até a Confederação Brasileira de Futebol. “Eles aceitaram o projeto e disseram que Natal estaria na briga. Contudo, quando foi agora em janeiro e fevereiro apareceram com esse projeto Arena das Dunas, que para mim não ficou claro de como será. Portanto, eu sou contra a demolição do Machadão”, ressalta.
Publicada em: 12/02/2010
Os elefantes brancos

Ailton Salviano, concluinte de Jornalismo (UFRN)
Para quem defende ardorosamente a demolição do Machadão e a construção em seu lugar da Arena das Dunas, é recomendável tirar lições do que acontece com os estádios de futebol construídos em Portugal para sediar a Eurocopa de 2004. Os cinco estádios públicos edificados(o Machadão não será construído, e sim demolido para ser edificado outro... Já seria um elefante branco?) para aquela competição transformaram-se em crônicos problemas financeiros para os seus gestores. Os gastos com suas manutenções tornaram-se tão elevados ( o custo de manutenção do novo estádio será menor, pois o concreto do ATUAL Machadão está em constante processo de corrosão) que surgiu a absurda idéia de suas demolições.

A euforia portuguesa de sediar a Eurocopa atropelou a exigência de projetos que contemplassem a manutenção dos estádios pós-competição. O orgulho lusitano e o desejo de tornar-se campeão europeu de seleções conceberam o problema. A seleção portuguesa, treinada por Felipão, perdeu o título na final para o time grego e hoje, o que se percebe são prefeituras endividadas e obrigadas a manter verdadeiros elefantes brancos sem qualquer utilidade.

Entre amortizações de empréstimos e gastos com manutenções dos estádios, as limitadas prefeituras de cidades portuguesas desembolsam grandes fortunas anualmente. Segundo reportagem do jornalista Hugo Daniel Sousa veiculada neste domingo, 7 de fevereiro de 2010, as seis prefeituras que construíram estádios gastam anualmente 19,9 milhões de euros e com uma forte tendência de aumentar por conta do aumento das taxas de juros.

Os problemas com esses estádios portugueses são os mais diversos. Na cidade de Leiria, por exemplo, lamenta-se que a obra foi construída numa área nobre da cidade (semelhante à Natal !sic!!!?) (o Machadão não será construído, e sim demolido para ser edificado outro ele já está localizado numa área nobre) ocupando um terreno que não dá mais espaço para outras benfeitorias urbanas. Noutro extremo, as populações de Aveiro e Braga reclamam porque os estádios foram erguidos fora do perímetro urbano da cidade. Enquanto moradores do Algarve lastimam não ter nenhuma equipe na Primeira Divisão (também nosso caso).

Não adianta dizer que aqui em Natal, o futuro estádio será passado para a iniciativa privada. Isto é simplesmente transferir o problema. Com os nossos times disputando os últimos lugares na "série B" do campeonato brasileiro, vai ser difícil atrair torcedores para grandes jogos. Os otimistas hão de dizer: o estádio poderá ser utilizado para shows musicais. Boa saída, mas será que a economia da cidade suporta esses shows semanalmente?

A China, sede dos Jogos Olímpicos de 2008, está conseguindo manter o seu formoso estádio, popularmente conhecido como o "Ninho de Pássaro", onde foram gastos 500 milhões de dólares, cobrando a visita diária aos turistas. Todos querem ver a pista onde o corredor jamaicano Usain Bolt bateu dois recordes mundiais. Curiosidade esta que poderá desaparecer após a próxima olimpíada.

Na Inglaterra, atualmente sede do futebol mais caro do mundo, a empresa Wembley National Stadium Ltd. sofre para manter o novo Estádio de Wembley. Obrigada a desembolsar anualmente 30 milhões de euros somente em juros, a gestora de Wembley tem apelado para os grandes jogos de qualificação do English Team e outros eventos como partidas de futebol americano e concertos de famosas bandas internacionais.

Um consenso internacional está se formando com base na afirmação de Zhang Hengli, vice-gerente do consórcio, responsável pela administração do Ninho de Pássaro chinês: "A maioria dos estádios do mundo administrados com métodos normais não consegue dar lucro". Daí a expressão "Elefante Branco", algo grande, bonito mas, sem utilidade e que só dá despesa!
09 JUN

Deputado defende reforma do Machadão para evitar desperdício de R$ 18 milhões

Crédito: Eduardo Felipe
Legenda: Álvaro Dias: "O mais racional seria a adaptação do Machadão. Não vejo necessidade de demolição"
Joaquim Pinheiro - Repórter de Política A demolição do Estádio Machadão, Ginásio Machadinho, Centro Administrativo e Papódromo para dar lugar ao Complexo Esportivo "Arena das Dunas" para sediar em Natal a Copa do Mundo de 2014 está suscitando discussões contraditórias e dividindo a classe política. Vários parlamentares norte-rio-grandenses declararam-se favoráveis a realização do maior evento esportivo do mundo em Natal, mas discordam da demolição do estádio. O deputado Àlvaro Dias, líder do PDT no Estado e ex-presidente da Assembleia Legislativa disse na manhã de hoje não entender como é que queiram demolir uma obra nas dimensões do Machadão depois de realizar uma reforma onde foram gastos R$ 18 milhões. Ele lembra também, a própria reforma da sede da governadoria concluída recentemente e que custou mais de R$ 1 milhão. No entendimento do deputado Álvaro Dias, o Estádio Machadão devia ser reformado e adaptado para sediar os jogos da Copa do Mundo. "Não vejo necessidade de demolição. Acredito que o mais racional seria a elaboração de um projeto de adaptação e modernização do estádio para evitar que se perca tantos recursos públicos empregados naquela monumental obra", disse Álvaro Dias, lembrando que o dinheiro que será gasto no novo projeto deveria ser destinado para setores como saúde, educação e segurança, por exemplo. Quem também se pronunciou contra a demolição do Machadão foi o deputado Getúlio Rêgo. Ele disse não entender a decisão e questiona o desperdício de dinheiro com o trabalho de remoção dos entulhos "Os gastos para isso serão vultosos", afirmou o deputado do DEM, mostrando-se favorável a realização dos jogos em Natal, e a construção do complexo esportivo em outro local. Matéria de o Novo Jornal, 01/06/2010 O DUNGA QUE NÃO APITA
/PEDIDO/ POETA E JORNALISTA EDUARDO ALEXANDRE DE AMORIM GARCIA, O DUNGA, PEDIU O TOMBAMENTO DO MACHADÃO E DO MACHADINHO, MAS O DOCUMENTO AINDA NÃO SAIU DA MESA DO PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO, CRISPINIANO NETO
O PRESIDENTE DA Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, não quer ser responsabilizado pela inviabilização da Copa do Mundo de 2014 em Natal. A declaração foi dada depois de questionado sobre o pedido de tombamento do estádio Machadão e do ginásio Machadinho protocolado sexta-feira passada pelo poeta e jornalista, Eduardo Alexandre de Amorim Garcia, o Dunga.
Embora o pedido assinado pelo protocolista Cícero Duarte Costa não tenha chegado à mesa dele até o final do expediente de ontem, o titular da FJA informou que vai analisar os argumentos que reivindicam o tombamento. Mas deixou claro que o compromisso assumido pelo Governo do Estado junto à FIFA para a realização do Mundial na área onde hoje está o Machadão vai pesar na decisão. "É claro que vai pesar! Por que só depois que o Estado assume o compromisso é que alguém resolve tombar o Machadão? A FIFA aprovou a Copa, a CBF aprovou a Copa, o Governo aprovou a Copa, a Assembleia Legislativa liberou dinheiro para a Copa e agora querem que eu a inviabize? Mas isso é só para dizer depois no Beco da Lama que a Copa só não aconteceu aqui em Natal por minha causa", desabafou o presidente da FJA em referência à região boêmia da Cidade Alta freqüentada principalmente por poetas, artistas, jornalistas, produtores culturais e autônomos.
Crispiniano disse que assim que o pedido chegar ao gabinete da FJA, vai analisá-lo. No entanto, ele descartou que hoje haja novidades por conta de uma reunião que terá com o governador lberê Ferreira de Souza. Durante a análise do pedido de tombamento, vai conversar com o secretário especial da Copa, Fernando Fernandes, e com pessoas ligadas ao futebol antes de tomar a decisão de encaminhar o processo para a Secretaria Estadual de Educação que, no final, é quem autorizará, ou não, o tombamento. Ele compara a história do Machadão e do Machadinho com a importância histórica da Copa do Mundo para Natal. Àquele espaço está comprometido oficialmente com um evento mundial, por isso acho estranho esse pedido. É um evento histórico também. Eu sempre falo aqui: se você quer fazer um pedido de tombamento, entre com o pedido. Mas o pessoal deixa para fazer em cima da hora. Se o estádio é um fato histórico, existe um fato histórico naquele compromisso. Vamos analisar do ponto de vista arquitetônico, do ponto de vista da viabilização da Copa em Natal também", afirmou.
Antes de ser encaminhado, por último, para a Secretaria de Educação, o corpo técnico do Centro de Documentação da FJA deve analisar o pedido. A equipe do Cedoc é coordenada pelo ditetor do órgão, João Natal, que retorna de férias hoje. Ele acredita que o documento chegue ainda esta semana ao setor, mas lembrou que um tombamento leve ser feito com critérios. "O tombamento não pode ser banaizado. Não se pode simplesmente 'tombar para não cair", disse.
Na mesma linha do presidente daFJA, o diretor do Cedoc também defende que o procedimento não pode ser analisado de forma isolada. "(Um tombamento como esse) depende das implicações, que tem um parecer anterior a isso. Até porque é uma coisa do Governo do Estado. Tudo tem importância e não pode ser analisado isoladamente. Mas tudo deve ser analisado”, disse.
TRAMITAÇÃO
O poeta e jornalista Eduardo Alexandre Amorim Garcia, o Dunga, teme que a Fundação José Augusto não faça o processo correr pelo interesse do Governo do Estado em derrubar o Machadão para construir o estádio Arena das Dunas, orçado em R$ 400 milhões. Mas acredita que, por conta da legislação estadual, o presidente da FJA, Crispiniano Neto, tenha obrigação de enviar o documento para a secretaria estadual de Educação. "Se não houver nenhuma sacanagem por parte da Fundação, vai correr. Eu temo que haja alguma coisa. Não vou dizer que é uma questão pessoal, mas em relação ao interesse na derrubada do estádio. Pode ser que a Fundação dê uma escanteada. Mas se isso acontecer pode ser responsabilizado pelo Ministério Público”, afirmou.
Dunga afirmou que não entende o motivo pelo qual a Arena das Dunas tem que ser construída no lugar do Machadão, e não em outro local. E faz uma comparação. “Será que Natal permitiria que se destruísse a igreja do Galo para construir uma mais moderna? A modernidade é a preservação da história", disse.
Na descrição do tombamento, entregue semana passada e que possui oito linhas, Dunga destaca a importância do Machadão e do Machadinho para a cultura e a história da cidade.
O NOVO JORNAL procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Especial da Copa (Secopa) para ouvir o titular Fernando Femandes sobre a polêmica, mas ninguém retomou até o fechamento desta edição.
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